Cientistas não assinam estudo sobre queimadas com medo de represálias do governo

Pesquisa mostra que, ao contrário do discurso do governo Bolsonaro, queimadas em 2019 superaram média dos últimos anos

Foto: Edvaldo Pereira / Amazônia em Foco
Segundo matéria do jornalista Phillippe Watanabe, publicada hoje (18/11) na Folha de São Paulo, um estudo produzido por instituições federais brasileiras e pesquisadores de universidades estrangeiras comprovou crescimento nas queimadas neste ano em relação aos anos anteriores. No entanto, parte dos pesquisadores responsáveis pelo levantamento decidiu não assinar o documento por medo de sofrerem represálias do governo Jair Bolsonaro. 
Segundo Erika Berenguer, pesquisadora da Universidade Oxford e da Universidade de Lancaster, servidores ambientais têm sido remanejados de seus postos por produzirem dados que contrariam o discurso oficial do governo de que não houve aumento nas queimadas no Brasil no governo Bolsonaro. No entanto, o levantamento mostra que o número de incêndios em agosto deste ano foi quase três vezes maior do que em 2018 e trata-se do valor mais alto desde 2010. O estudo foi feito com base em dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Dados divulgados hoje mostram que entre agosto de 2018 e julho de 2019 o Brasil bateu o recorde do desmatamento desta década. Foram destruídos 9762 km², um aumento de 29,5% em comparação com o ano anterior. Somente entre 1994 e 1995 houve um aumento tão acentuado no desmatamento, de 95%. Naquele ano, as taxas alcançaram o pico histórico: 29.100 km² de área devastada. Entre 1997 e 1998, o aumento de desmate também teve considerável aumento, de 31%.

Para saber mais, leia a matéria completa na Folha de São Paulo.

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