Munduruku estão cada vez mais cercados pela soja e agrotóxicos
Situação piorou quatro anos depois da primeira reportagem sobre os Munduruku que vivem no Planalto Santareno
Situação piorou quatro anos depois da primeira reportagem sobre os Munduruku que vivem no Planalto Santareno
Autorização para funcionamento está vencida desde 2022 e Governo do Pará emitiu prorrogação automática, sem análise técnica. Organizações apontam descumprimento de condicionantes e moradores denunciam que violência aumentou com empreendimento
A repórter indígena Ariene Susui conversa com cinco jovens lideranças indígenas de diferentes estados da Amazônia para compreender quais são os desafios do futuro e as lutas do presente.
Contaminação provocada pelo garimpo do ouro é a principal suspeita das crianças do povo Munduruku nascerem com malformações e terem atrasos no desenvolvimento. Etnia é a que mais solicita cadeira de rodas
Ameaças ocorrem normalmente após desmobilização de garimpos ilegais. Atualmente, 18 líderes Munduruku, na território localizado no alto rio Tapajós, no Pará, estão sob ameaça de morte, segundo levantamento dos próprios indígenas. A TI Munduruku é um dos três solos indígenas que concentram 95% do garimpo ilegal no país, juntamente com os territórios Yanomami (RR) e Kayapó (PA)
Retirada de garimpeiros das terras indígenas é o primeiro passo fundamental para começar a minar o problema. Porém, para acabar com ilegalidade na cadeia do ouro, como vem prometendo o governo Lula, é preciso mudar a legislação, fortalecer a fiscalização e implantar novas tecnologias de rastreio
Participaram da reunião representantes mais de dez etnias. São elas: Apiaká, Arapium, Arara Vermelha, Borari, Cara Preta, Kumaruara, Jaraqui, Maytapu, Munduruku, Tapajó, Tupaiu, Tupinambá e Satere-Mawé.
Maria Leusa Kaba Munduruku alerta que a atividade do garimpo ilegal não cessou; no Pará, continuam as invasões aos territórios dos povos Munduruku e Kayapó, ainda sem uma operação federal como a atual na Terra Indígena Yanomami
De 1985 para 2020, a área atingida pela atividade garimpeira passou de 7,45 quilômetros quadrados (km²) para 102,16 km²
Nas comunidades às margens dos rios mais afetados pelas atividades garimpeiras, sobe para nove em cada dez participantes da pesquisa realizada pela Fiocruz os que apresentaram altos níveis de contaminação. O garimpo ilegal contamina os rios e peixes com o mercúrio, abre clareiras na floresta, que arrastam árvores, espantam animais de caça e mudam os cursos hídricos.