Cooperação formalizada beneficiará populações de comunidades ribeirinhas e indígenas com o desenvolvimento de atividades de promoção à saúde, defesa do meio ambiente, ciência, pesquisa e tecnologias sociais
A parceria histórica do Projeto Saúde e Alegria (PSA) com a Fiocruz ganhou um novo capítulo na últina quarta-feira (23). A formalização do convênio de cooperação entre as duas instituições trará muitos frutos para a região da Amazônia com ênfase nas áreas de saúde, meio ambiente, ciência, pesquisa e tecnologias sociais. A parceria foi celebrada durante o Congresso da Associação Brasileira de Saúde Coletiva – Abrasco 2022, que reuniu mais de quatro mil profissionais da área de saúde de diversas especialidades, em oficinas de construção de propostas prioritárias para o setor no âmbito nacional.
O dia considerado histórico pelos coordenadores do PSA foi de esperança para ampliar as ações de saúde em comunidades ribeirinhas atendidas pela ONG que iniciou suas atividades em 1987 justamente com o apoio da Fiocruz e a colaboração do ex-presidente na época, Sérgio Arouca.
“Estamos retomando esse convênio de cooperação, somando esforços para multiplicar resultados no Tapajós com o que há de melhor em termos de ciência, pesquisa, saúde, meio ambiente e tecnologias sociais dessa premiada fundação”, conta o coordenador do PSA, Caetano Scannavino.
Com a proposta de fortalecer ações interdisciplinares o convenio de cooperação terá atuação em quatro grandes frentes: Desenvolvimento Territorial, Saúde Comunitária, Economia da Floresta e Educação, além de Cultura e Comunicação. “Vamos trabalhar com foco forte que possa integrar tanto a questão da saúde quanto ambiental, em uma linha programática da Fiocruz chamada Territórios Sustentáveis e Saudáveis. A gente fica muito feliz, a região precisa”, comemora Scannavino.
Para o pesquisador da Fiocruz Guilherme Franco Neto, o acordo de cooperação técnica materializa a parceria entre as instituições que na década de 1980 se aproximaram e definiram diretrizes e processos estratégicos no território do Tapajós, para traçar as primeiras ações do PSA em saúde na região. “Foi um caminho bastante rico de história e o PSA se firmou no território, expandindo enormemente sua capacidade de atuação”.
Neto menciona a instituição do Barco Hospital Abaré que se tornou modelo de política pública e inspirou a criação de outras unidades pelo país. São mais de sessenta Unidades Fluviais. “Foi a partir do trabalho do barco Hospital Abaré que a política das UBSF foi instituída no Brasil, que é extraordinária, além de todos os processos educativos, culturais e de educação integral”.
Para o médico e fundador do Saúde e Alegria, Eugênio Scannavino, o momento é de emoção e consolida a parceria histórica entre a Fiocruz e o Projeto, que desde a sua fundação em 1987, ainda como programa de extensão da Universidade Federal do Pará (UFPA), conta com o apoio técnico da Fiocruz. “Então hoje, depois de trinta e poucos anos, retomar esse convênio é muito importante porque a Fiocruz sempre foi uma parceirona, nunca estivemos distantes. E agora vamos receber todo apoio técnico e científico para seguir as metodologias nos diferentes territórios envolvidos“.
Início das atividades
A primeira missão da iniciativa através do programa Institucional Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Fiocruz e do núcleo de saúde do PSA é traçar um plano de trabalho alinhado às necessidades das comunidades amazônicas. “Tenho certeza que essa relação do Saúde e Alegria com a Fiocruz vai trazer uma capacidade de potencialização das ações de saúde, meio ambiente, marco da sustentabilidade, tanto em benefício da sociedade que é diretamente objeto de trabalho do PSA, e simbolicamente representa um gesto de possibilidades para toda a Amazônia. Estamos muito animados e esperançosos em estar materializando esse caminho tão perseguido por nós”, ressaltou Neto.
Em junho deste ano, integrantes da Coordenação de Ambiente da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção à Saúde (VPAAPS) e do Canal Saúde da Fiocruz acompanharam o dia-a-dia das atividades realizadas no Tapajós. Para Scannavino, a ocasião é oportuna para garantir ações que impactam positivamente a vida de quem mora na floresta: “Trazer instituições de excelência, de ponta, para fazer chegar na ponta. Ao qualificar o nosso trabalho a partir dessa parceria, essas ações conjuntas, quem ganha é a região e as comunidades parceiras”.
