No Baixo Amazonas, o Fundo Dema já apoiou 172 iniciativas voltadas à defesa do território e à promoção da justiça socioambiental e climática
Hoje (04/07) pela manhã aconteceu em Santarém a sessão comemorativa dos 20 anos do Fundo Dema, na Câmara Municipal da cidade, com participação com lideranças de territórios e representantes de movimentos sociais com projetos apoiados pela iniciativa de fomento. Durante toda a manhã houve uma roda de conversa sobre a defesa dos territórios amazônicos, a importância da atuação do Fundo Dema e como esses territórios tem criados projetos e estratégias para promover a justiça socioambiental e climática.
Com o tema “Um Chamado dos Povos da Amazônia por Justiça Socioambiental e Climática” o Fundo Dema – Fundo de Justiça Socioambiental, realizou sessão comemorativa para celebrar essa trajetória de luta e resistência em defesa da Amazônia. O encontro reuniu indígenas, quilombolas, agroextrativistas, agricultores/as familiares/as, representantes de organizações da sociedade civil, da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) e representantes políticos locais.
O evento foi ao público e celebrou também, os resultados do apoio oferecido às populações tradicionais e camponeses/as da região do Baixo Amazonas, que protagonizam a luta em defesa da Amazônia e o enfrentamento às ameaças capitalistas e injustiças socioambientais provocadas pelo agro-hidro- mineronegócio nos territórios dessas populações.
Em 20 anos de atuação, o Fundo Dema já apoiou mais de 600 projetos comunitários, voltadas à justiça socioambiental e climática, defesa do território, soberania e segurança alimentar e nutricional, manejo sustentável, fortalecimento de organizações comunitárias, tendo beneficiado 924 comunidades e mais 23 mil famílias nos territórios paraenses do Baixo Amazonas, Transamazônica/Xingu, BR 163/Tapajós, Nordeste Paraense e mais recentemente nos estados do Maranhão e Mato Grosso. Somente no Baixo Amazonas já apoiou 172 iniciativas coletivas, beneficiando mais de 10 mil famílias.
Sobre o Fundo Dema
O Fundo Dema recebe este nome em homenagem a Ademir Federicci, o Dema, mártir da luta por justiça socioambiental, que atuava no território da Transamazônica, assassinado em 2001, em Medicilândia, em razão de sua luta contra a destruição da Amazônia e em defesa de seus povos.
Sendo originado da luta dos movimentos sociais da Transamazônica, o Fundo Dema surge em 2003, a partir de um crime ambiental ocorrido na região da Terra do Meio, com a derrubada ilegal de seis mil toras de mogno feita por grileiros e madeireiros. Grande parte da madeira havia sido retirada dos municípios de Altamira e São Félix do Xingu.
Por meio da pressão social e mediação do MPF, o Ibama doou a madeira à sociedade civil como uma forma de reconhecer e fortalecer as comunidades das quais o produto havia sido extraído ilegalmente. Com a madeira doada, o valor arrecadado com a venda foi convertido em um fundo fiduciário, vitalício, do qual os rendimentos são investidos por meio de publicação de Editais, para apoiar projetos socioambientais.
