Festival de Cinema e Cultura Indígena demarca o território dos povos originários na telona

Primeira edição do festival que acontece em Brasília (DF), começou dia 2 e vai até 11 de dezembro. O evento está sendo realizado no Cine Brasília, é gratuito e reúne obras e personalidades do mundo audiovisual de origem indígena
O curta-metragem Autodemarcação Já, produzido pelo Coletivo Audiovisual Daje Kapap Eypi, composto por jovens mulheres Munduruku, estreou na noite do dia 5.

Desde o dia 02 de dezembro, o 1º Festival de Cinema e Cultura Indígena (FeCCI) tem levado gratuitamente ao Cine Brasília, no Distrito Federal, uma programação repleta de filmes, masterclasses, ciclos de rodas de conversa e instalações com experiências imersivas. Além de sua programação presencial, que conta com uma mostra competitiva e uma mostra paralela, o evento também traz atividades online.

Você pode assistir a programação online do 1º Festival de Cinema e Cultura Indígena aqui!

O Festival de Cinema e Cultura Indígena (FeCCI), em sua primeira edição, foca nas histórias de coletivos e realizadores de origem indígena, tendo como propósito promover, fortalecer e difundir as variadas culturas e cinemas dos mais de 305 povos indígenas do país. Além disso, o evento traz uma programação de longa-metragens de temática indígena e ambiental que marcaram o cinema brasileiro.

O tema do festival este ano é: “Como você cuida da sua aldeia?”. Com os pés cravados na terra, reflete-se sobre o cuidado e a regeneração do meio ambiente como elementos éticos da relação com o espaço em que vivemos. Como coexistir no mundo de hoje? Como viver no coletivo, num solo comum, criar outras possibilidades de relação com o humano e o não humano, incentivar outras potências de viver? Articulando com as tensões da época, acreditamos na narração de novas histórias como um caminho possível para outras formas de ser e estar no mundo.

O festival é mais uma ferramenta para estimular conteúdo de afirmação e resistência dos povos indígenas do Brasil. Foto: Divulgação/Takumã Kuikuro

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Laboratório e mentoria para realizadores

As atividades do festival começaram ainda em agosto, quando foi realizado o FeCCI Lab, laboratório de projetos audiovisuais. Nele, foram selecionados três curta-metragens para serem desenvolvidos: ‘Afluências’, dirigido por Iasmin Soares, ‘Terra Sem Pecado – Transversal’, dirigido por Marcelo Cuhexê Krahô e ‘Orê Payayá’, dirigido por Edilene Payayá, Sarah Goes da Silva e Alejandro Zywica. Em outubro, os realizadores participaram de quatro dias de mentoria em Brasília, com representantes da Associação Cultural de Realizadores Indígenas (ASCURI), para finalizar seus curtas, que estão sendo exibidos durante o festival.

Além disso, em 17 e 18 de setembro, o FeCCI realizou a Mostra Xingu – a primeira mostra de filmes do Alto Xingu, na aldeia Ipatse dos Kuikuro. A Mostra contou com um público de 400 pessoas, dos povos Kuikuro, Kalapalo e Wauja. Além da exibição de filmes, foi construída uma Casa de Cinema permanente e celebrou-se diversas festas e rituais tradicionais xinguanos, como a Festa Duhe (Tawarawana – Festa dos Peixes), a Festa Hugagü (Festa do Pequi), a Festa Yamurikumã (Festa das Mulheres) e o Ritual Takuaga (Ritual da Takuara).

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