Além da lente do desenvolvimento sustentável, a pesquisa busca incorporar ao sistema de classificação critérios para avaliação de infraestruturas a partir de uma abordagem territorial, ampliando o escopo dos sistemas existentes
Novas formas de pensar infraestruturas – sustentáveis e de qualidade, implementadas por meio de mecanismos apropriados e com gestão ao longo de todo seu ciclo de vida – são vistas como essenciais para o atingimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e implementação do Acordo de Paris, buscando a combinação entre alcance dos objetivos climáticos ao mesmo tempo que criam condições para o combate à pobreza e à desigualdade
Contribuir para a qualificação do debate sobre o planejamento e a implantação de infraestruturas na Amazônia é o tema do trabalho conduzido pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade (FGVces) da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV EAESP) em parceria com o WWF-Brasil.
Para tanto, está em curso a elaboração de um quadro de análise (framework) para classificação de infraestruturas existentes e que estão sendo propostas na região. A pesquisa tem inspiração no efervescente cenário internacional de produção normativa e científica sobre o tema, com destaque para os documentos recém-lançados. Nesse contexto, buscam orientar a classificação e o alinhamento de atividades econômicas a objetivos, sobretudo, ambientais – como é o caso das taxonomias para atividades econômicas sustentáveis da União Europeia e da China, as duas experiências que já possuem regulamentação.
Neste contexto e motivados a contribuir para o conhecimento sobre o tema, voltado à ação e à tomada de decisão mais qualificadas, o FGVces e o WWF-Brasil estabeleceram uma parceria para a produção de informação sobre as infraestruturas existentes e sendo propostas para a Amazônia sob a lente do desenvolvimento territorial e sustentável.
Além da lente do desenvolvimento sustentável, a pesquisa busca incorporar ao sistema de classificação critérios para avaliação de infraestruturas a partir de uma abordagem territorial, ampliando o escopo dos sistemas existentes, além de inovar no sentido de propor uma classificação para uma escala subnacional.
Dos desafios associados ao desenvolvimento do trabalho, destacam-se a quantidade e a diversidade de produção sobre o tema e a complexidade das realidades existentes na Amazônia. O principal propósito do framework é orientar investimentos em infraestruturas e políticas públicas que respondam a objetivos claros para a região, pautados numa visão contemporânea de futuro para Amazônia que tem sido refletida por diferentes iniciativas. Dentre outros temas, elas abordam o acesso a serviços de qualidade, a proteção dos territórios, a geração de renda para as populações locais, a valorização e a proteção da sociobiodiversidade e a produção e integração de conhecimento.
Um dos espaços de discussão sobre o projeto é o Grupo de Trabalho sobre Infraestrutura Socioterritorial criado no âmbito da iniciativa Uma Concertação Pela Amazônia, que se reuniu em julho e setembro deste ano para debater o avanço da construção do sistema de classificação de infraestruturas para a Amazônia.
O objetivo da pesquisa é contribuir para os recentes debates a partir da proposição de uma classificação de infraestruturas socioterritoriais para a Amazônia brasileira, definindo critérios para tal classificação, bem como qualificando impactos, beneficiários, governança e financiamento, dentre outros atributos.
Para obter mais informações sobre o projeto, acesse o site.
