Pesquisadores descobrem nova espécie de maracujá no Acre

A descoberta dessa espécie de maracujá no Acre eleva para 163 o número de espécies do gênero encontradas no Brasil e para 29 o número de espécies registradas no Acre
A nova espécie de maracujá foi descoberta em uma unidade de conservação no Acre. Foto: Divulgação / Artigo científico

Os professores Marcos Silveira e Mayk Honório de Oliveira, do Centro de Ciências Biológicas e da Natureza, da Universidade Federal do Acre (Ufac), e a professora Ana Carolina Mezzonato-Pires, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), publicaram, em inglês, na revista “Phytotaxa” (vol. 579, n.º 1), artigo científico que descreve uma nova espécie de maracujá, a ‘Passiflora acreana’.

O artigo intitula-se “Passiflora acreana, a new species of Passiflora subgenus Passiflora (Passifloraceae sensu stricto) from Acre, Brazil”. A nova espécie foi coletada durante expedições realizadas na Área Proteção Ambiental (APA) do Lago do Amapá, em Rio Branco. A descoberta aconteceu no âmbito de projeto de iniciação científica conduzido por estudantes do Laboratório de Botânica e Ecologia Vegetal da Ufac.

A ‘Passiflora acreana’ é uma espécie morfologicamente similar a três que ocorrem no Brasil e difere delas por apresentar corona, a estrutura que circunda a parte central da flor, com dez séries de filamentos de tonalidade branca na base e lilás na porção restante; seus frutos são amarelados quando maduros. Duas características distintivas estão nas folhas. A estípula, folha modificada pequena que existe na base da folha normal, tem formato de rim e o pecíolo, estrutura que conecta a folha no ramo, possui oito glândulas pedunculadas.

A descoberta dessa espécie de maracujá no Acre eleva para 163 o número de espécies do gênero encontradas no Brasil e para 29 o número de espécies registradas no Acre. Segundo Marcos Silveira, quanto ao estado de conservação, considerando que tanto a área de ocorrência e de ocupação são quase que exclusivamente restritas à APA, essa novidade surge na condição de criticamente em perigo.

“Essa descoberta estimula a ampliação dos estudos sistemáticos feitos no Acre com a família dos maracujás e fortalece a parceria salutar com especialistas de universidades da região Sudeste do Brasil, com recurso aprovado para realização de pós-doutorado no nosso Estado”, disse Silveira.

Desde 2018, até o momento quando alunos de Ciências Biológicas da Ufac começaram a estudar a flora e funga da APA do Lago do Amapá, foram registradas 482 espécies, sendo que 30 não constavam na lista de espécies da flora do Acre e cinco não haviam sido reportadas à flora do Brasil. A pesquisa também redescobriu uma espécie de trepadeira que não era vista há quase 150 anos, quando foi coletada no Brasil Central.

Texto originalmente publicado no site da Andifes

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